O mercado brasileiro de etanol deve se manter com cotações firmes no ´próximo trimestre, mesmo com o mix mais alcooleiro da década. De acordo com o analista de mercado da INTL FCStone, Matheus Costa, esse fator acabou elevando significativamente a produção do biocombustível. 

“No fim de setembro, as cotações do hidratado e do anidro ficaram 13,5% e 15,7% acima dos valores registrado em 2017, respectivamente. Além da sazonalidade, as expectativas de que a safra termine de forma antecipada podem intensificar esta movimentação”, explica o analista. 

A consultoria afirma que a disparidade entre os preços de etanol e gasolina nas bombas está fazendo com que os proprietários de veículos flex procurem pelo etanol. Além disso, em um cenário de sanções aplicadas pelos Estados Unidos sobre os combustíveis fósseis, a tendência é de que a situação se mantenha nesse patamar. 

“Em consequência, as cotações da gasolina podem continuar em patamares elevados. As principais dúvidas quanto a este cenário são o comportamento do câmbio nos próximos meses e a periodicidade de ajustes da gasolina A pela Petrobras”, indica. 

No EUA, que teve uma grande produção de etanol no ciclo 2017/2018 e elevou a produção de etanol para níveis considerados altos, é possível que a próxima safra seja ainda mais farta, mesmo com o atraso detectado na colheita. Assim, é muito provável que a produção de etanol continua ainda bastante forte em solo norte-americano. 

As expectativas são de que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) revogue a regulamentação do presidente Donald Trump que impede a comercialização de gasolina com teores de etanol superiores a 10%. “Caso concretizada, a liberação das vendas sustentaria o consumo de álcool ao longo do próximo ano – especificamente durante a driving season, época de maior demanda”, conclui.

Fonte: Agrolink