O mercado brasileiro de milho fechou a primeira semana do mês de março com alta significativa, segundo a T&F Consultoria Agroeconômica. Por um lado, há forte demanda por milho brasileiro, enxugando os estoques e, por outro, há falta de demanda para o milho americano, com elevação dos estoques naquele país.
“A principal razão é econômica: a alta do dólar, que se valoriza fortemente com o advento do coronavírus, torna os produtos americanos menos competitivos no mercado internacional, valorizando mais produtos de outras origens, como o milho e a soja do Brasil e o trigo da Rússia. Esta é a principal razão da baixa das cotações das Bolsas Americanas”, informa a T&F.
De acordo com a T&F, o fato mais importante da próxima semana será o relatório de Oferta & Demanda da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Nesta semana a Conab deverá divulgar sua estimativa dos novos números de oferta e demanda de milho das safras de verão e de inverno de 2019/20 e 2020/20, definindo quantitativamente estas disponibilidades e necessidades. Dependendo do número dos estoques finais, os preços poderão ter novo impulso de alta, ou não”, completa.
“Outro fator importante é o dólar. Por um lado, a moeda americana está sendo usada como refúgio de investimentos ao redor do mundo em tempos de afrouxamento das economias globais, provocado pelo coronavírus, que a valoriza excessivamente, para desespero dos agricultores americanos, que perdem competitividade nas suas exportações e vêem os seus estoques internos aumentarem e os preços das suas bolsas caírem, permanecendo no fundo do poço. Por outro lado, os produtos originados de países concorrentes, como o Brasil, Argentina e Rússia, ganham competitividade e demanda do mesmo mercado internacional, que aproveita para comprar suas matérias primas a preços mais baratos”, conclui.
Fonte: Agrolink