Os combustíveis vêm impactando cada vez mais o bolso dos brasileiros. Com um aumento de 8,83% no acumulado de 2022 até maio, o combustível veicular pressiona a inflação do país, que registra alta de 4,78% no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre janeiro e maio deste ano, o diesel foi o combustível com a maior alta, de 28,49%, seguido pelos 23,53% do GNV (gás natural). Já a gasolina e o etanol tiveram variação de, respectivamente, 8,83% e 2,63%, de acordo com o IBGE.
Em janeiro de 2022, a gasolina era encontrada nas bombas dos postos brasileiros a um preço médio de R$ 6,63. Já em junho, esse valor era de R$ 7,28, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os preços para o etanol, diesel e gás eram de, respectivamente, R$ 5,308 R$ 5,49 e R$ 4,45, no começo do ano, e passaram para R$ 4,94, R$ 7,1 e R$ 5,31, ao final do primeiro semestre.
Há dois anos, no primeiro semestre de 2020, por exemplo, o cenário era diferente. O combustível veicular tinha uma desaceleração de 12,02% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumulava alta de 0,10%, segundo o IBGE.
O que movimentou o setor de óleo e gás?
O ano de 2022, até agora, foi turbulento para o setor de óleo e gás.
Ainda neste ano, o petróleo bateu sua cotação recorde, acima dos US$ 120, impulsionado pelos temores de diminuição da oferta global por conta das sanções impostas à Rússia, devido à invasão da Ucrânia. O conflito perdura desde fevereiro.
No âmbito nacional, a Petrobras (PETR3; PETR4) teve um primeiro semestre agitado. A fim de combater as frequentes elevações dos preços dos combustíveis da estatal, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou três trocas no comando da principal produtora de petróleo no Brasil.
Na última “dança das cadeiras”, o Governo disse que o Brasil passa por um momento desafiador, “decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”.
“Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”, destacou em nota.
Além disso, nesse período, o governo colocou em vigor a decisão de diminuir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina.
Com a medida, o preço do litro do combustível deve ficar quase R$ 0,50 mais barato na bomba.
O preço dos combustíveis
Confira a baixo a evolução mensal dos preços do litro dos combustíveis no primeiro semestre de 2022, de acordo com a ANP.
Gasolina
Mês Preço médio Preço mínimo Preço máximo
Janeiro R$ 6,635 R$ 5,489 R$ 8,029
Fevereiro R$ 6,600 R$ 5,579 R$ 7,999
Março R$ 7,012 R$ 5,190 R$ 8,949
Abril R$ 7,245 R$ 6,099 R$ 8,599
Maio R$ 7,297 R$ 6,199 R$ 8,990
Junho R$ 7,28 R$ 5,99 R$ 8,99
Etanol
Mês Preço médio Preço mínimo Preço máximo
Janeiro R$ 5,308 R$ 4,099 R$ 7,797
Fevereiro R$ 4,744 R$ 3,770 R$ 7,699
Março R$ 4,842 R$ 3,770 R$ 7,989
Abril R$ 5,326 R$ 4,099 R$ 7,700
Maio R$ 5,382 R$ 4,200 R$ 7,899
Junho R$ 4,943 R$ 3,89 R$ 7,9
Diesel
Mês Preço médio Preço mínimo Preço máximo
Janeiro R$ 5,497 R$ 4,070 R$ 6,905
Fevereiro R$ 5,592 R$ 4,349 R$ 6,985
Março R$ 6,288 R$ 4,599 R$ 7,980
Abril R$ 6,602 R$ 4,999 R$ 7,979
Maio R$ 6,744 R$ 5,499 R$ 8,387
Junho R$ 7,1 R$ 5,64 R$ 8,95
GNV
Mês Preço médio Preço mínimo Preço máximo
Janeiro R$ 4,452 R$ 3,179 R$ 6,299
Fevereiro R$ 4,635 R$ 3,179 R$ 6,821
Março R$ 4,726 R$ 3,179 R$ 6,821
Abril R$ 4,764 R$ 3,179 R$ 6,880
Maio R$ 5,240 R$ 3,179 R$ 7,429
Junho R$ 5,314 R$ 3,18 R$ 7,42
Fonte: Giovana Leal
