Na última semana, os mercados internacionais da soja começaram com quedas generalizadas devido a fragilidades nas economias americana e japonesa, embora os preços tenham se recuperado ao longo da semana, apesar dos temores de recessão. A produção da safra norte-americana continua a apresentar padrões satisfatórios, o que tem pressionado os preços futuros, conforme a análise da Grão Direto.
Segundo a análise, a atualização do relatório WASDE do USDA da semana passada, indicou uma melhora de 1,3% nas condições das lavouras, o que exerceu pressão baixista sobre os preços. O relatório desta semana deve mostrar um leve aumento na produção, mas uma provável redução na demanda pode intensificar essa pressão de baixa. A expectativa é que essa redução decorra da menor procura por parte de pequenas refinarias de diesel e de um cenário macroeconômico menos favorável. Além disso, o "carry trade" no iene pode continuar influenciando o mercado.
Os indicadores climáticos sugerem uma elevação nas temperaturas no cinturão produtor dos EUA na próxima semana, embora sem impactos na produção. Isso pode levar a uma pausa ou desaceleração nas quedas de preços, já que o mercado está sobrevendido. Em caso de volatilidade, traders podem encontrar oportunidades para ajustar posições, suavizando possíveis quedas, conforme a análise da Grão Direto.
De acordo com a Grão direto, com a aproximação de setembro, o mercado se prepara para o período sazonal de baixa para a soja, que coincide com o início da colheita nos Estados Unidos. Apesar das recentes quedas devido ao equilíbrio entre oferta e demanda, o mercado em Chicago pode enfrentar pressões baixistas mais acentuadas com o avanço da colheita. Contudo, os preços atuais na CBOT tornaram a soja norte-americana mais competitiva internacionalmente, e uma possível demanda da China poderia aliviar parte dessa pressão sazonal. Entretanto, a guerra comercial entre os EUA e a China tem levado os chineses a evitar compras dos americanos, o que adiciona incerteza ao mercado e dificulta previsões sobre a demanda chinesa.
Segundo a análise, diante desses fatores, é possível que a soja continue a enfrentar pressões negativas durante a próxima semana. O impacto das pressões poderá ser contrabalançado por prêmios crescentes, mas as tendências atuais para Chicago e o dólar permanecem negativas.
Fonte: Agrolink