O mercado de trigo no Brasil continua apresentando pouca movimentação devido à menor demanda, conforme destacou a TF Agroeconômica. No mercado local, os moinhos estão bem abastecidos e aproveitam o momento para fechar as operações do mês, antes de retomar as compras.
Há muita insatisfação com as margens de moagem, que estão baixas, e a consultoria sugere o uso do mercado futuro como uma alternativa viável para enfrentar essas dificuldades. Os últimos negócios registraram uma leve queda, com preços de R$ 1.500,00 FOB para trigos de PH mínimo de 77 e qualidade panificável, e R$ 1.380,00 para trigos de PH menores, entre 75 e 76, destinados a moinhos.
Em Santa Catarina, a situação permanece estável, com moinhos alongando os estoques devido à fraca demanda e à baixa viabilidade econômica das farinhas. Os moinhos estão se abastecendo principalmente de trigo gaúcho da safra velha, que é o mais barato no momento, e esperam pela safra nova do Paraná e do Rio Grande do Sul para novos suprimentos. As informações indicam que os moinhos no interior do estado enfrentam grandes estoques de farinha, enquanto os compradores oferecem preços baixos, insuficientes para cobrir os custos de produção. A utilização do mercado futuro em abril e maio poderia ter sido uma solução para mitigar esse problema.
No Paraná, os vendedores têm se ausentado completamente das negociações para a safra nova. O trigo da safra velha foi cotado em torno de R$ 1.650,00 a R$ 1.700,00 posto moinho, mas apenas transações pontuais foram registradas. A oferta de trigo velho é escassa, e as referências para o trigo paraguaio variam entre 280 e 300 dólares posto Ponta Grossa, enquanto o trigo argentino está na casa dos 320 dólares no porto de Paranaguá. Embora as chuvas sejam favoráveis aos trigos nos Campos Gerais, a geada prevista para a semana toda pode impactar negativamente a colheita. O mercado de trigo permanece travado, com a maioria dos moinhos acompanhando as cotações na expectativa da nova safra.
Fonte: Agrolink