Segundo a TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Sul do Brasil tem enfrentado um período de baixa movimentação, com os preços em queda e preocupações em relação à qualidade dos lotes. No Rio Grande do Sul, a proximidade da nova safra não trouxe dinamismo esperado, com exportações futuras impactadas pela queda do câmbio. Os moinhos gaúchos estão reclamando da qualidade abaixo do esperado dos lotes comprados, o que tem gerado cancelamentos de contratos. Moinhos de outros estados também relatam problemas similares e priorizam trigos de qualidade superior.
Em Santa Catarina, o recuo dos preços do trigo e do frete marítimo tornou o trigo argentino mais acessível. Contudo, a demanda por farinha continua fraca, o que leva os moinhos catarinenses a estender seus estoques. Muitos têm se abastecido no Rio Grande do Sul, onde os preços são mais competitivos, enquanto aguardam a nova safra do Paraná e do próprio estado gaúcho. Há grandes estoques de farinha nos moinhos do interior, mas os preços oferecidos pelos compradores não cobrem os custos de produção, o que sugere que o uso de mercados futuros teria sido uma estratégia mais eficaz durante os meses de abril e maio.
No Paraná, o mercado também segue lento, com poucas ofertas e preços elevados. As recentes geadas, aliadas à quebra de safra provocada pela seca, pressionaram os compradores a aceitarem os valores mais altos solicitados pelos vendedores, com negócios sendo fechados em torno de R$ 1.700 FOB. Essa combinação de fatores reflete o momento desafiador para o setor, com dificuldades tanto em relação à produção quanto à demanda, agravadas por condições climáticas adversas e problemas de qualidade que afetam a cadeia produtiva de trigo.
Fonte: Agrolink