Segundo a análise da edição de setembro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, os preços do arroz em casca em Santa Catarina seguiram uma trajetória de alta em agosto e no início de setembro, fechando a R$106,24 por saco de 50 kg. Esse aumento é típico do período de entressafra, quando a oferta interna do grão diminui, refletindo a concentração da comercialização entre janeiro e agosto. Essa dinâmica ocorre porque os produtores precisam gerar caixa para cobrir os custos da safra, que incluem replantio, controle de doenças e transporte, além de buscar crédito para a safra 2024/25. Até o momento, cerca de 91,7% do arroz já foi comercializado com a indústria. A alta dos preços também é impulsionada pela valorização do dólar, que estimula as exportações e eleva as expectativas de preços no mercado interno. Regionalmente, os preços do arroz apresentaram uma variação homogênea, com uma leve estabilidade mensal entre agosto e julho e uma valorização significativa superior a 20% em relação ao mesmo período do ano passado. A tendência de alta foi confirmada entre o final de agosto e o início de setembro.
No comércio internacional, de janeiro a agosto de 2024, o Brasil exportou arroz no valor de US$2,41 milhões, uma queda de aproximadamente 73% em relação ao mesmo período do ano anterior. O declínio é atribuído à alta do dólar no ano passado e aos problemas na safra dos EUA, que beneficiaram a participação brasileira no mercado externo. Por outro lado, as importações de arroz continuaram a crescer em agosto, com um aumento de 54,34% em relação ao ano passado. Esse crescimento é atribuído à menor oferta interna e aos preços internacionais competitivos. Os principais parceiros comerciais de Santa Catarina para importação são Uruguai (55%), Paraguai (12%) e Itália (10%), conforme os dados do boletim.
De acordo com o Boletim Agropecuário, a safra de arroz 2023/24 em Santa Catarina foi oficialmente encerrada em junho, com uma produção de 1,16 milhão de toneladas. Para a safra 2024/25, espera-se estabilidade na área plantada e uma recuperação da produtividade média em cerca de 9,9%, resultando em uma produção projetada de 1,269 milhão de toneladas. Com o fenômeno El Niño em curso, as expectativas são de uma safra favorável. No curto prazo, os preços internos devem continuar em alta, mas a recuperação da área plantada no Rio Grande do Sul e a perspectiva de uma boa safra em Santa Catarina podem levar a uma redução nos preços quando a nova safra começar. Atualmente, cerca de 20% da área estimada para a safra 2024/25 em Santa Catarina já foi semeada.
Fonte: Agrolink
