A cultura que vem ganhando protagonismo na indústria do café e batendo recordes de preços nas bolsas internacionais sobre o arábica, ganha um novo capítulo em sua história. A partir desta segunda-feira (23) as cotações futuras do café conilon robusta passam a ser negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3).
De acordo com Marcus Magalhães, diretor da MM Cafés, a necessidade de trazer as negociações do robusta para a B3 é antiga, e vem como uma ferramenta de transparência e de hedge para o produtor. "Há uns 10, 20 anos, o Brasil vem ganhando um protagonismo muito grande na cultura do conilon, não só em produtividade, mas também em escala de qualidade, e isso faz com que a gente precise ter no país um mecanismo que consiga dar prerrogativa dos operadores de operar o mercado futuro, e ao produtor a oportunidade de vender suas safras futuras a exemplo do que já acontece com o arábica", completou o consultor.
Segundo informações da B3, o contrato foi desenvolvido com o objetivo de ser uma ferramenta para a gestão do risco de oscilação de preço, e pode ser utilizado pelo produtor, pela indústria, tradings, dentre outros participantes do mercado.
A cotação será feita em reais (R$) por saca, com duas casas decimais, com vencimento nos meses de janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro, com liquidez física, e esse contrato pode ser liquidado financeiramente antes do vencimento ou no vencimento, por meio da entrega física da mercadoria nos armazéns cadastrados junto a B3.
Para Marcus, essa nova forma de negociação do robusta só vai dar mais destaque para essa cultura que já é de grande importância para o Espiríto Santo e Rondônia, e agregar mais valor ao mercado cafeeiro de forma geral. " O futuro ainda pode ser desconhecido, mas com certeza estamos abrindo um mar de possibilidades para o produtor de conilon, e alçando voos mais altos para o mercado cafeeiro", projetou.
Fonte: Notícias Agrícolas